terça-feira, 29 de abril de 2008

revelação!


Há momentos que crescem dentro de nós explosões de raiva e dor que se misturando formam um estado de pura decadência mental...
Pensamos que aguentamos tudo, mas não passamos de carne que ingenuamente querem ser os heróis da sua sociedade, mas nem os nossos medos controlamos... Que mal fizemos nós para merecer-mos a ignorância de todos os santos satânicos que nos deviam guiar da forma mais putrefacta possível para que o bem seja irradiado e o nossa mente seja esvaziada de todos os sentimentos como o bom senso...
O verdadeiro protector existente é aquele que nós faz sentir bem e se nós mesmo não sabemos o que é sermos felizes que adianta rezarmos a um Deus que nunca alcançaremos, quem de nós vive uma vida sem pecados?
Tu vais para esquina fumar um charro, tu entras na casa do teu amante e nem pensas duas vezes no teu namorado, tu acabaste de ignorar um pedinte que só queria um pão e ainda acham que conseguem chegar ao céu?
Nem que passem o resto da vida a lamber as botas dos Deuses, vamos cada um po nosso inferno onde passaremos os dias da infinidade a jogar cartas com o nosso semelhante...

terça-feira, 22 de abril de 2008

O Dilema Dos Ouriços Continuação


O ser humano e um ser social, desde que ele foi concebido ele tem como grande necessidade de aproximar-se de outros semelhantes a ele ou quando não semelhantes a ele, seres vivos de qualquer espécie.
O maior medo dos seres sócias não deve ser a morte como muitas pessoas afirmam mas sim o caminho que tomam até que chegue a hora deles.
Há quem tenha medo de entrar no mundo das drogas e não conseguir sair e não conseguir sair, há quem tenha medo de ser superficial, há quem tenha medo de nunca atingir um patamar na sociedade, mas eu acho que o nosso maior medo é ficarmos sozinhos até á morte.
Não suportamos essa ideia, a solidão é um canino com presas gigantescas que nos arrancam a alma com uma só dentada.
Podíamos nos arrastar pelo chão por uma pessoa, mas uma pessoa também nos poderia pôr a arrastar no chão com um não, é assim a lei da vida, não importa o injusto que nos pareça, simplesmente não temos escolha....

sexta-feira, 18 de abril de 2008

o dilema dos ouriços


Os ouriços são aqueles pequenos animais com imensos espinhos que quando ficam com medo ou se sentem ameaçado se enrolam formando uma bola.
Estes pequenos animais sofrem um bocado com o seu sistema de protecção, porque se têm de afastar constantemente dos seus parceiros para que os espinhos não penetrem nos corpos dos seus opostos.
Algo parecido acontece connosco, quando nos aproximamos dos nossos parceiros temos grandes probabilidades de sairmos magoados com a penetração dos espinhos da mentira, e assim enrolam nos numa espécie antipatia que não nos permite aproximar de mais ninguém.
Este é o dilema que sofremos, se nos aproximamos saímos a perder e se nos afastamos saímos a perder

segunda-feira, 14 de abril de 2008

The Dream



em primeiro lugar não confundam esta personagem comigo, apesar de ter algumas semelhanças a história é totalmente fictícia para o azar de alguns.

Acordo com um “olá”, e tudo começou a ficar claro, sinto-me narcotizado, sinto-me leve. Olho á minha volta, vejo um céu azul e uma imensidão de flores amarelas misturando-se com o horizonte. Não está aqui ninguém, eu chamo por esse alguém que acabou de me dizer “olá”, mas ninguém responde e agora dou por mim a pensar o que é que é “olá”, mas o significado não me ocorre.
- Olá, chegaste ao inferno.
Outra vez esta voz, mas porque é que eu cheguei ao inferno se estou rodeado de flores...
- O teu inferno está aqui, o teu maior medo está aqui, isto demonstra aquilo que sentes, não o negues, eu sou aquele que te melhor conhece...
Mais uma vez eu olho ao meu redor e não vejo ninguém, eu estou calmo, não tenho medo e este não parecia ser o sítio que eu mais tenho medo... mas o meu coração está demasiado calmo e pondo a mão no meu peito eu penso... Estarei eu morto? Esta não pode ser a definição de morte, não pode.
Comecei a entrar em pânico, mais uma vez olho á minha volto, agora sinto que algo me está a seguir, paranóia, eu começo a correr e a correr e não me canso, parece impossível, nunca tive tamanha resistência...
Volto a parar, não me mexi do mesmo sítio tudo é o que era, o que faço agora?
Eu fecho os olhos e começo a dormir... agora uma outra voz diz-me:
- Dirk acorda já são quase 6h30...
a cabeça dói-me, eu não quero voltar para a rotina, teria eu sonhado, o que significava aquele meu inferno? De quem era aquela voz? Porque é que todas as flores eram amarelas?
Levanto-me, tomo banho e o pequeno almoço, mais uma vez não bebo café por falta de energia e já sei que este dia não me vai correr bem, simplesmente o sinto. Vou para o meu quarto sem ter falado uma palavra com o meu pai, nem um bom dia ainda lhe dei, não me apetecia falar, a língua tinha se enrolado de uma maneira que nem com um alicate se conseguiria arrancar...
7 horas estou a frente da escola, despenteado como sempre com um uniforme sem ter sido passado a ferro por falta de energia. Começo a andar em direcção á escola, com passadas lentas e pesadas, não queria tomar consciência que tinha que estar ali a manhã toda com outras pessoas, este sim parecia o meu inferno.
A manhã acabou estranhamente de pressa e no fundo estava contente com isso, mas havia algo que faltara nessa manhã, havia uma pessoa com quem eu gostava de ter falado mas ela nem se quer apareceu no meu campo de visão.
Ali estava eu mais uma vez a frente do portão da escola como de manhã, sentia-me frio, gostava tanto de poder abraçar alguém. Toda a gente que estava ali a espera da sua boleia para ir para casa ja tinha ido embora e eu estava ali esquecido por todos, sem ninguém. Finalmente chegou o meu transporte, com uma hora de atraso.
O caminho todo até casa eu não abri a minha boca nem para dizer um “ai”. A cabeça continuava-me a doer, não tinha interesse de falar com alguém a não ser claro aquela pessoa. Saí do carro muito lentamente, abri a porta de casa e ela estava vazia, o meu pai ainda não tinha chegado então deitei-me mais uma vez na cama na esperança de poder compreender aquele sonho.
- Olá mais uma vez...
Voltei a acordar, tenho outra vez este sentimento estranho como da ultima vez, estou me a sentir leve como nunca antes, era aqui que eu queria estar, não quero voltar mais para a realidade, quero ficar neste campo de flores amarelas. Começo a correr sem destino, mais uma vez o meu coração não está a bater, mas desta vez eu nem me importei, não quero saber o que se passa comigo, simplesmente quero aproveitar este momento de sossego.
- eu continuo a dizer, este é o teu inferno, foste tu que escolheste este teu cenário.
Eu parei e desta vez com muita confiança gritei:
- o que queres de mim, porque é que me dizes estas coisas, este sitio é maravilhoso, nunca na vida isto pode ser o meu inferno.
- isto á tua volta são pessoas que tal como tu também estiveram neste sítio e agora descansam aqui ou melhor são atormentadas aqui...
não queria ouvir mais nada, comecei outra vez a correr como se procurasse alguma coisa. A cada passo que eu dava pisava inúmeras flores e comecei a entrar em pânico. E se aquilo eram realmente outras pessoas que tal como eu estiveram neste sítio e se estiveram outras pessoas aqui como eu e elas agora fazem parte do solo o que vai acontecer comigo?
No horizonte encontrei uma cor diferente, era um vermelho cor de sangue, corri nessa direcção e encontrei uma flor totalmente diferente, era uma rosa, mas uma rosa esquisita, esta não tinha espinhos e estava tão lisa que parecia feita de vidro.
Aproximei-me dela com cuidado, parecia que já a tinha visto em algum lado e quando me aproximei ainda mais para a cheirar aquela voz disse-me:
- este é o teu inferno porque é aqui que vais passar a tua eternidade. Foste tu que escolheste este sítio, foste tu que escolheste esta flor e estas cores, tudo isto é o preço que vais pagar por teres cometido um pecado.
- Qual foi esse pecado?
- teres sido diferente, a única pessoa que tem o direito de ser diferente sou eu, o escritor da tua vida.
Ao ouvir estas palavras entendi que não tinha saída, eu ia ficar ali e mais uma vez todos que passassem ali iriam me distinguir. Puxei a rosa......

P.s. decidi deixar este universo onde a personagem se encontra com o nome de "inferno", para dar a minha definição de inferno, não como inferno de dor e pecado.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Este Mundo!

Vejo algumas coisas estranhas ao meu redor como por exemplo os canais de musica...
Fico espantado como a sociedade evolui (ou melhor retrocedeu) ao ponto de pagar-mos por futilidades. Os temas dos nossos entretimentos audiovisuais passaram de criticas sociais e problemas mundiais para gajas, festas, dinheiro e drogas...
Pergunto-me como é que chegamos ao ponto do Snoop Dog cantar R&B, a Britney Spears, a princesa do pop, ser confundida com uma striper e o mais grave é que a culpa é nossa, somos nós que compramos os álbuns e os trabalhos deles...
A degradação da musica é cada vez maior e não parece estar a parar, poucos artistas se importam em escrever uma musica onde critiquem o estado do nosso planeta, que diga que se continuarmos assim em 20 anos só existirá resíduos humanos insuficientes para contar a história da nossa destruição. Mas mesmo que haja estes artistas eles não vão passar na MTV...
Se calhar este fenómeno reflecte a mentalidade dos habitantes do capitalismo, não há outra razão lógica para explicarmos a necessidade desta manifestação superficial...